
Como deve ser o novo Planejamento Estratégico
Você é daqueles que acredita que o Planejamento Estratégico acabou?
Que é lento, burocrático e que acaba sendo engavetado, já que as mudanças de cenário são tão rápidas que ele não acompanha?
Isso pode ser uma realidade nas empresas que insistem nos métodos e ferramentas tradicionais de planejamento. Sabemos que as abordagens tradicionais não conseguem acompanhar a velocidade da inovação e isso é crucial para que a empresa possa ser competitiva.
Mas…
Os novos modelos são práticos, ágeis e principalmente, colocam você e seu time de imediato em ação.
Sabemos que mesmo com ferramentas ágeis e práticas, muitos executivos acham que até mesmo estas acabam sendo burocráticas, por demandarem tempo e energia de aprendizagem e implantação.
Resumindo, empresas continuam usando abordagens estratégicas antigas ou pior, nenhuma abordagem.
Um pouco de história
Alessandro Di Fiore, fundador e CEO do Centro Europeu de Inovação Estratégica (ECSI), em seu artigo para a HBR: Planning Doesn’t Have to Be the Enemy of Agile, através de um resumo da evolução histórica do planejamento, demonstra porque chegamos a este ponto.
MBO – Management by Objectives
Planejamento com base na Gestão por Objetivos (MBO) onde os executivos, através da identificação de seus objetivos, poderiam planejar o futuro. “A crença era que, se o futuro fosse mapeado, aconteceria.”
Planejamento Estratégico Tradicional
Anos depois o MBO evoluiu para o planejamento estratégico, onde equipes foram desligadas da realidade do dia-a-dia dos negócios e ficavam debruçadas na apuração e análise de números. “A crença fundamental era ainda que o futuro poderia ser largamente previsto.”
Planejamento Estratégico em desuso
Agora, muitos acreditam que o planejamento estratégico caiu em desuso. Diante de mudanças tecnologias aceleradas, inteligência artificial, digitalização, forças disruptivas, organizações exponenciais e competição globalizada, “o planejamento parece ser uma ilusão sem sentido.”
Executivos desconfiam do planejamento porque parece rígido, lento e burocrático.
Uma pesquisa do HBR Analytics de 2016 com 385 gerentes revelou que a maioria dos executivos estava frustrada com o planejamento porque acreditava que a velocidade era importante e que os planos mudavam com frequência. Por que se envolver em um exercício de planejamento lento e doloroso quando você não está nem mesmo seguindo o plano?
Segundo Rita Gunther Mcgrath em seu livro O Fim da Vantagem Competitiva. Um Novo Modelo de Competição Para Mercados Dinâmicos, ainda temos o agravante de que, além da necessidade de uma nova abordagem estratégica, não há mais vantagem competitiva sustentável a longo prazo.
Novo Planejamento Estratégico
Com isso a inovação no modelo de negócios se tornou tão importante quanto a inovação de produtos, contemplando a ideia agora de uma vantagem competitiva transitória.
Nós brasileiros temos vantagens, estamos habituados com a instabilidade, “já passamos por: inflação, corrupção, regulamentações governamentais imprevisíveis… E, quer saber? As pessoas acabam se acostumando e ficando boas nisso.” Que venha a inovação!

Assim como eu, profissionais de Planejamento Estratégico atuantes, passaram seu dia-a-dia migrando naturalmente, e por necessidade, do planejamento estratégico tradicional para o chamado modelo de negócios ágil. De tudo isso temos uma única certeza, o planejamento continua sendo claramente essencial, o que precisamos fazer é respeitar a nova dinâmica dos negócios.
Acredite, esta nova realidade trouxe mais benefícios, o que precisamos é ser realistas e desapegados aos velhos dogmas do planejamento estratégico.
Estamos na era do planejamento estratégico ágil
Abaixo vou ajudá-lo a reconhecer as características desta nova era, assim poderá observar como andam as coisas em sua empresa:
- Investir em ter pessoas prontas para o uso de ferramentas capazes de lidar com um futuro que será diferente, como Scrum, por exemplo.
- Praticar o desapego e capacidade de lidar com mudanças mais frequentes e dinâmicas.
- Investir tempo para um verdadeiro planejamento estratégico, em vez de simplesmente fazer um jogo de números centralizado no longo prazo (feito apenas uma vez por ano, sem ser revisto mensalmente).
- Reorganizar em torno de pequenas equipes ágeis que definem autonomamente suas próprias prioridades e alocação de recursos.
- Estabelecer novos processos e rotinas para planejamento e coordenação.
- Disponibilizar recursos e fundos de maneira flexível para oportunidades emergentes.
- Fazer funcionar o planejamento ágil de forma prática e viável.
- Dados qualitativos e intangíveis também são vitais e devem ser incorporados.
- Tomada de decisão feita por uma equipe de pessoas, compensando desta forma os possíveis vieses de uma única pessoa tomando uma decisão com base em seu julgamento individual.
- Setores burocráticos, engessados e ineficientes não têm mais lugar.
- Melhorar na identificação das verdadeiras necessidades dos consumidores e criar experiências.
- Buscar novas oportunidades em ativos existentes.
- Trocar equipe exclusiva para planejamento por equipes multidisciplinares em projetos de crescimento e inovação.
À medida que mais e mais empresas se transformam em organizações ágeis, o planejamento ágil se tornará o novo normal, substituindo a abordagem tradicional de planejamento centralizado. O planejamento ágil é o futuro do planejamento.
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